Esta é a última semana da exposição WORLD PRESS PHOTO 11, no CENTRO CULTURAL DA CAIXA.
World Press Photo 11 é a mais importante mostra de fotografia do mundo. O evento apresenta uma retrospectiva de tudo o que aconteceu no ano de 2010 nas áreas da política, da economia, da cultura, do esporte e da natureza.
São exibidas 177 fotografias de 55 fotógrafos provenientes de 23 países. Este ano, o fotógrafo premiado foi Jodi Bieber da África do Sul e a fotografia vencedora foi o retrato de Bibi Aisha, a afegã que teve seu nariz e orelhas cortados ao fugir da casa do marido.
Compareci a exposição no dia 21 de maio, e me deslumbrei com o impacto visual que as fotografias causam ao visitante ao adentrar a galeria. Algumas, para não se dizer, a maioria, é de tragédias ocorridas pelo mundo. Elas causam pavor aos mais desavisados, como um amigo meu que me acompanhou ao evento. Este que não sabia do que se tratava a exposição ficou chocado com muitas das fotos, em especial a que retrata um homem arremessando mais um corpo a uma pilha de cadáveres de crianças em um necrotério no Haiti, que estava superlotado após o terremoto que destruiu a cidade. Outra, que representa o nosso país é a do brasileiro Alexandre Vieira, do Jornal O Dia, que ganhou Menção Honrosa com uma seqüência de fotos de um tiroteio no Rio de Janeiro.
Para amenizar o clima funesto da exposição, algumas fotos merecem destaque, como a de um jovem marinheiro russo, que mais parece uma tela pintada a óleo do que uma fotografia convencional, seguida a de um militar haitiano que apresenta o mesmo aspecto. Nos esportes, representado por fotos de grande beleza e impacto visual, como a de maratonistas saltando por uma poça d’água, um jogador de hugby comemorando a cobrança de um pênalti e a de nadadores formando o que de longe mais parecia um cardume de peixes. A natureza é representada por multicores de lavas vulcânicas e o flagrante de um vulcão prestes a entrar em erupção. Na política, a imagem do ditador norte-coreano Kim-Jong-Il, apático ao lado de seu filho assistindo a um desfile militar, foi a que mais me chamou a atenção.
Enfim, sem sombra de dúvidas, visualizando todas as fotografias apresentadas nesta funesta exposição, concordo plenamente com o primeiro lugar dado a fotografia de Bibi Aisha, que é a representação cruel e atual de uma “Monalisa afegã” vitima do radicalismo religioso talebã.
João de Deus Almeida Neto é graduando do curso de História da UNISUAM e diretor do Jornal Diário do Burro Falante.
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