O PAÍS DOS MENTIROSOS

14/06/2011 12:34

Outro dia, nosso correspondente do povo de rua, Geraldo Calais, estava pelos butecos da cidade procurando saber quais as mentiras mais cabeludas que se contavam.   E ele ficou espantado com tamanha criatividade do povo.   Ouviu de um homem a qual chamaremos aqui de Paulo, devia ter seus 45 a 48 anos, uma história meio cabeluda e sem nexo.  Tratava-se da morte do presidente Tancredo Neves; segundo ele, o referido presidente que morreu antes de tomar posse, teria sido alvejado por tiros dentro da Igreja da Sé em São Paulo, durante missa em celebração de sua posse,  e a então repórter  Glória Maria teria presenciado tudo e entrado com um link ao vivo pela Rede Globo de Televisão.   A mentira é tão cabeluda que minha mãe, meu pai, meus tios, meus vizinhos, dona Ivanise, uma professora de história que tive na 6ª série, me contaram que assistiram o momento em que Glória Maria havia presenciado o tal assassinato de Tancredo Neves.

   

  A seguir ainda inventaram que a Revista Veja havia publicado o assassinato do presidente Tancredo Neves, porém, quando os caminhões que levavam a revista as bancas saia da gráfica um caminhão do Exército o parou e levou todas as edições, ateando fogo a seguir.     Dizem também, nossos FOREST GUMPS da vida que era normal antigamente os militares botarem bombas em banca de jornais (Renato Russo era um comediante mesmo!).  

                   

Depois pra terem uma desculpa esfarrapada convincente, falaram que a Glória Maria teria sido enviada ao MARROCOS para ficar por lá até que os milicos esquecessem dela.    Falaram que ela é a única reporter da emissora que jamais poderia ser mandada embora, por isso até hoje ela está lá, mesmo sendo uma jornalista mediocre.   

    

Geraldo Calais não acreditou nessa lenda urbana e procurou mais outra, encontrando um homem que se dizia professor, ouviu falar da morte de Ulisses Guimarães.      O homem que chamaremos de Fabio disse que Ulisses havia fugido para o Uruguai, pois queriam matá-lo aqui no Brasil, pois ele foi o causador da Constituição de 1988 que ferrou muito politico safado e os próprios militares.   Porém, colocaram uma bomba no helicóptero que ele supostamente estaria, só que ele não estava, só a sua esposa e o piloto, que iriam se encontrar com ele no Uruguai, por isso ninguém nunca encontrou o corpo dele.    Geraldo Calais disse ter dado gargalhadas do tal homem ao que o surpreendeu ao dizer: "Não me admira você também acreditar que o Paulo Cesar Farias foi morto pela amante, não é?"    Geraldo Calais, irônico disse ter acreditado no tal homem, e ainda acrescentado: "Claro que não, Suzana Marcolino jamais faria isso, foi alguém da máfia que o matou porque ele sabia demais sobre o envolvimento de Fernando Collor e as organizações Globo em uma rede de corrupção no país."     Geraldo Calais, homem do interior de Minas Gerais, ficou abismado com tanta mentira que se conta no Rio de Janeiro.  Saiu daquele bar com um sentimento de que ou os cariocas são mentirosos por convicção, ou então fazem isso pra tirar um sarro com o povo do interior.

 

Geraldo Calais é correspondente do povo de rua, técnico de radiologia e participante ativo de festinhas da alta e baixa sociedade.

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